No dia 1º de fevereiro de 1974, um curto-circuito no sistema de ar condicionado do Edifício Joelma provocou um dos maiores incêndios da história do Brasil. Em poucos minutos, as chamas tomaram conta das salas e escritórios do prédio, deixando mais de 180 pessoas mortas e cerca de 300 feridas. O edifício tinha um sistema de segurança contra incêndio precário para os padrões atuais e o país começava a entender a dificuldade de controlar incêndios em edifícos altos por meio de combate manual.

Não há dúvidas de que a tragédia do Joelma trouxe mudanças importantes na legislação que regulamenta o nível de segurança contra incêndio no País, mas poucos se recordam que aquele foi o segundo incêndio de grandes dimensões em São Paulo. O primeiro, ocorrido no edifício Andraus, gerou uma grande discussão entre os profissionais do meio, mas pouca ou nenhuma mudança prática. Foi necessário o incêndio do Joelma dois anos depois para que as mudanças se efetivassem.

As normas brasileiras de segurança contra incêndio são de responsabilidade de cada Estado e, por isso, há muitas diferenças entre elas, sobretudo no que diz respeito à exigência do uso de sprinklers. Em algumas unidades federativas, por exemplo, a norma requer a instalação do sistema de chuveiros automáticos na maioria das novas edificações, mas em outros Estados, a obrigatoriedade do uso do equipamento é limitada ou inexistente.

Uma das missões do ISB é chamar atenção da sociedade brasileira para o assunto e mostrar a importância de se manter a discussão sobre esse e outros casos na agenda nacional e da necessidade de promover novas mudanças para aperfeiçoamento das leis de segurança contra incêndio.

Newsletter Número 1 – Abril 2014