O Brasil está em terceiro lugar no ranking mundial de mortes por incêndio. A constatação se baseia no cruzamento de dados do Sistema Único de Saúde (SUS) com uma pesquisa realizada pela Geneva Association. Em 2011, o Sistema de Informações sobre Mortalidade do SUS registrou 1.051 mortes por incêndio ou por exposição a fumaça, enquanto que os Estados Unidos tiveram 3.192 óbitos e o Japão teve 1.750 mortes pelo mesmo motivo, de acordo com a pesquisa World Fire Statistics da entidade internacional.
A dificuldade de encontrar dados confiáveis sobre incêndios no País levou o Instituto Sprinkler Brasil a buscar fontes alternativas e internacionais para entender o tamanho do problema. Embora o estudo da Geneva Association reúna informações de apenas 27 países, se incluirmos o dado nacional, o Brasil seria o terceiro país com o maior número de mortes por incêndio. De acordo com outro dado, este da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) do Ministério da Justiça, o Brasil tem uma média de 267 mil incêndios anualmente (incluindo ocorrências florestais e residenciais).
Contar com a sorte, ignorar a legislação vigente e a não obrigatoriedade de equipamentos de segurança contra incêndio em muitas edificações são exemplos da displicência com que o tema é tratado no Brasil. Em São Paulo, por exemplo, apenas em prédios com altura superior a 23 metros (ou 30 metros, no caso de hospitais) há a obrigação da instalação de sprinklers. Nota-se que indústrias e depósitos não se encaixam em tal medida, uma vez que as leis os liberam da necessidade de instalação de chuveiros automáticos.
Trata-se de um dado alarmante que está relacionado com a fragilidade dos sistemas de proteção contra incêndio no País e com a falta de políticas públicas para a prevenção, além de falhas na regulamentação e na manutenção de equipamentos destinados ao combate ao fogo. Estar em terceiro lugar no ranking mundial de mortes por incêndios é motivo para reflexão e ação. Está evidente que o País precisa de melhores leis que estejam comprometidas em aprimorar o nível de segurança contra incêndio para todos os seus cidadãos.