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Comissão parlamentar ouve autoridades sobre incêndio em boate

Grupo se encontra com bombeiros, prefeitura e polícia nesta sexta (15). Projeto de lei para padronizar segurança em boates deve ser feito

Comissão de deputados se reúne com prefeito de Santa Maria (Foto: RBS TV)

Uma comissão de deputados está na cidade de Santa Maria, nesta sexta-feira (15), para acompanhar as investigações sobre o incêndio na boate Kiss. A tragédia do dia 27 de janeiro deixou 239 pessoas mortas. A primeira reunião dos parlamentares foi com o comandante do Corpo de Bombeiros, Guido Pedroso Melo, pela manhã.

Ao meio-dia, eles encontrariam o prefeito Cezar Schirmer. O grupo ainda irá ouvir o delegado regional da cidade, Marcelo Arigony. Caso seja liberado pela polícia, eles visitarão o local da tragédia.

“Vamos ter que voltar várias vezes, é um início de trabalho da comissão, é uma situação que envolve um momento de luto ainda e respeito aos familiares. O objetivo é colher muitas informações”, explicou ao G1 o deputado Nelson Marchezan Júnior após o primeiro encontro do dia.

Após as visitas, eles devem elaborar um projeto de lei que irá propor a padronização, em todo o país, das regras de segurança e de licenciamento de casas noturnas. “É o primeiro passo no trabalho que estamos fazendo. Com toda a repercussão, não tínhamos como nos omitir, é importante vir, conversar com bombeiros, prefeitura. Ouvimos situações especificas do dia do incêndio, foi um primeiro contato. Estou evitando fazer críticas por enquanto, vamos escutar primeiro”, disse Marchezan.

O coordenador da comissão é o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) e o sub-relator é o deputado Nelson Marchezan Júnior (PSDB-RS). Ainda participam os deputados Ronaldo Zulke (PT/RS), Jerônimo Goergen (PP/RS), Luis Carlos Heinze (PP/RS) O deputado Pedro Uczai (PT-SC), que perdeu uma sobrinha de 24 anos no incêndio, também acompanha a comissão, embora não faça parte oficialmente do colegiado.

 

Entenda

O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, região central do Rio Grande do Sul, deixou 239 mortos na madrugada do último domingo (27). O fogo teve início durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que fez uso de artefatos pirotécnicos no palco. De acordo com relatos de sobreviventes e testemunhas, e das informações divulgadas até o momento por investigadores:

– O vocalista segurou um artefato pirotécnico aceso.
– Era comum a utilização de fogos pelo grupo.
– A banda comprou um sinalizador proibido.
– O extintor de incêndio não funcionou.
– Havia mais público do que a capacidade.
– A boate tinha apenas um acesso para a rua.
– O alvará fornecido pelos Bombeiros estava vencido.
– Mais de 180 corpos foram retirados dos banheiros.
– 90% das vítimas fatais tiveram asfixia mecânica.
– Equipamentos de gravação estavam no conserto.

 

Fonte: G1