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Entidades atuam para garantir qualidade dos sprinklers

Garantir a qualidade dos sistemas de sprinklers existentes no mercado brasileiro é um desafio para os profissionais do setor de incêndios. Para atingir esse objetivo e melhorar a segurança da população, entidades da área atuam em diversas frentes.

A preocupação do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo envolve todas as partes do sistema de segurança: projeto, equipamentos instalados, aceitação da instalação e manutenção periódica. “Por isso, temos participado ativamente da revisão e elaboração de normas técnicas e procurado aprimorar a regulamentação, no que concerne às evoluções tecnológicas, demandas operacionais e expectativa da assinatura de um decreto que concederá o poder de polícia para a fiscalização de edificações no Estado de São Paulo”, afirma o Coronel Cassio Roberto Armani, subcomandante do Comando do Corpo de Bombeiros. Em relação aos sprinklers, a nova Instrução Técnica dos Bombeiros seguiu parâmetro que já havia na Instrução Técnica nº 41 (Inspeção visual em instalações elétricas de baixa tensão), porém voltado para o sistema de chuveiros automáticos (sprinklers).

O trabalho para a criação de uma certificação que padronize a qualidade dos sprinklers e evite a fabricação e comercialização de produtos não certificados é um dos focos de ação da Associação Brasileira de Sprinklers (ABSpk). “Uma vitória importante foi a NBR 16400, da ABNT. É norma de fabricação, inspeção e testes de bicos de sprinkler, que estabelece o conjunto mínimo de requisitos de construção e ensaios laboratoriais a serem submetidos os chuveiros automáticos para sistemas de proteção contra incêndio”, destaca João Carlos Wollentarski Junior, diretor presidente da ABSpk. “A associação contribuiu na revisão da norma, que foi aprovada e pode servir de referência para a criação de uma certificação, que garanta a qualidade e confiabilidade do produto”, completa.

O diretor explica que a ABSpk tem trabalhado junto ao Inmetro para a criação de exigência de certificação. “O pedido passou na análise preliminar e agora aguarda uma avaliação técnica para entrar na tabela de certificações do instituto. O mercado brasileiro é dominado por bicos de sprinklers importados e 70% deles não são certificados. O produto precisa ter uma vida útil de 40- 50 anos, com garantia de que vai funcionar bem no momento em que for necessário”.

Certificação compulsória

A defesa da certificação também é feita por Alberto J. Fossa, diretor executivo da Associação Brasileira pela Conformidade e Eficiência das Instalações (Abrinstal). “A falta de um programa de avaliação abre a possibilidade de uso de equipamentos não conformes. Programas compulsórios estabelecidos e gerenciados pelo Inmetro têm a função de consolidar os requisitos técnicos que os produtos devem atender, bem como fiscalizar o mercado com relação ao atendimento desses requisitos por parte dos fabricantes”, ressalta Fossa.

Ele lembra que é preciso envolver toda a cadeia de fornecimento das instalações prediais: projetistas, fabricantes, instaladores, mão de obra. “Por desconhecimento ou falta de preparo, os projetos ainda não são adequados. Há necessidade de capacitação dos profissionais de projeto para que conheçam as soluções técnicas mais importantes, que tenham acesso aos tipos de produtos mais adequados, que possam indicar a aplicação de sprinklers em diversas situações, inclusive nas instalações residenciais”.

O investimento em capacitação é uma das iniciativas da ABSpk. “Já realizamos quatro turmas de treinamento em instalação, inspeção e manutenção. Conseguimos a licença para usar materiais didáticos da National Fire Sprinkler Association (NFSA), associação dos Estados Unidos”, explica Wollentarski.

Desde 1992, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) dispõe de laboratório capacitado para realização de ensaios para a verificação dos sprinklers, atendendo às normas ABNT NBR 6125 e 6135 – primeiras normas brasileiras que trataram dos ensaios para avaliação deste produto, substituídas pela ABNT NBR 16400:2015, que amplia o número de requisitos e está conceitualmente alinhada aos padrões internacionais. “O desenvolvimento nacional neste setor não acompanhou o desenvolvimento que ocorreu em nível internacional e poucos fabricantes brasileiros se valeram do IPT para a avaliação de seus produtos, apesar de existir há um bom tempo um programa brasileiro de certificação voluntária de sprinklers”, explica o pesquisador Deives Junior de Paula, do Laboratório de Segurança ao Fogo e a Explosões do IPT.

Como ainda não existe a certificação compulsória para sprinklers, os fabricantes brasileiros que desejam obter certificação, de acordo com a norma nacional vigente, podem se associar às empresas denominadas Organismos Certificadores de Produto (OCPs), como ABNT Certificadora, a BRTuv e a UL do Brasil. Neste processo de certificação do produto, o IPT está inserido como laboratório de ensaio.