Em janeiro, o Major Rodrigo Quintino deixa a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) e, consequentemente, os trabalhos com o conselho consultivo da Frente Parlamentar Mista de Segurança Contra Incêndio (FPMSCI). Vários projetos e conquistas de relevância para o setor de segurança contra incêndio, tais como um curso EAD relacionado ao tema a ser hospedado na rede da Senasp, o Modelo Nacional de Segurança Contra Incêndio, um projeto de estatística ainda em fase de desenvolvimento, entre outros, são atribuídos também aos trabalhos desenvolvidos por ele. Saiba mais na conversa a seguir.
Conte-nos sobre sua atuação na Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) e sobre as principais realizações nesse período – o Modelo Nacional de Segurança Contra Incêndio e um projeto de estatística ainda a caminho.
O Modelo Nacional de Segurança Contra Incêndio seguiu para publicação no Diário Oficial e, no momento, estamos aguardando a resposta da Senasp. O que estava na alçada da área técnica foi feito. Independentemente de ser publicado ou não, serve como referência para muitos bombeiros do Brasil. Montamos um grupo no whatsapp para trocar experiências com o objetivo de tornar mais linear a legislação no Brasil. Vários dirigentes estão fazendo contato para incorporar normas nas legislações dos estados. Essas situações mostram um avanço decorrente do nosso esforço.
O projeto de estatística caminha para trilhar o mesmo trajeto. Dentro da estrutura da Senasp, essa iniciativa não depende exclusivamente da área técnica dos bombeiros. Notamos que, dentro Sinesp (Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública), há outras prioridades no sistema de segurança para coleta de dados. O foco atual recai sobre homicídios e crimes letais. Estamos tentando convencê-los sobre a importância desses números e sobre um processo interno para reconhecer essa relevância, inserindo na agenda de prioridades um levantamento mais sistêmico de dados.
Como foi a atuação do Instituto Sprinkler Brasil (ISB) nesses dois projetos?
O ISB foi peça-chave no fomento e na coordenação desses trabalhos, especialmente pela motivação que proporcionou para que essas iniciativas acontecessem. Se não fosse o Instituto, teria tomado mais tempo, tais iniciativas não teriam sido colocadas como prioridade. Graças ao reforço, tivemos avanços importantes na Senasp em relação aos bombeiros.
Gostaria de destacar três situações onde a presença do ISB se fez notável: primeiro, na criação de um regulamento nacional de segurança contra incêndios e emergências; segundo, no pleito para padronização dos dados a serem coletados sobre incêndios no Brasil; por fim, no lançamento de um curso a distância pela rede EAD da Senasp, para capacitação de profissionais da segurança pública sobre sistemas de chuveiros automáticos nas edificações.
Com sua saída Senasp, gostaria de dar destaque para esse período de trabalhos?
Cuidei da área de Bombeiros por quase cinco anos. Fiquei de 2010 a 2013. Depois, retomei em janeiro de 2016 e estou saindo em janeiro de 2018. São quase cinco anos de atuação. Saio por uma contingência profissional – preciso dar continuidade à minha carreira no Corpo de Bombeiros em São Paulo.
Foram anos de muito trabalho e, especialmente, de convencimento dos dirigentes de segurança pública nacional sobre a importância dos corpos de bombeiros militares no Brasil. Ao longo desse período, conseguimos desenvolver projetos de reaparelhamento da entidade, incluindo a troca de viaturas e equipamentos. Trabalhamos em apoio ao processo legislativo para aperfeiçoar as leis brasileiras no que diz respeito à segurança contra incidentes envolvendo chamas.
Outro avanço substancial foi a integração dos corpos de bombeiros militares à REDESIMPLES – Rede Nacional para a Simplificação do Registro e Legalização de Empresas e Negócios. Esse processo permitiu que os corpos de bombeiros simplificassem os processos de licenciamento empresarial relativos a segurança contra incêndio.
Essa etapa foi positiva para devido à facilitação dos processos, além de ter reduzido ocorrências. Tal iniciativa ainda facilitou a vida dos empresários e a relação deles com os bombeiros.
Sua participação na Frente Parlamentar Mista de Segurança Contra Incêndio (FPMSCI) também passou por etapas de grandes acontecimentos. Como foi?
Penso que o trabalho desenvolvido pela FPMSCI é fundamental para a melhoria da prevenção de incêndios no País e para a difusão desse assunto em âmbito nacional. E não é apenas no legislativo, mas também no meio acadêmico, responsável pela preparação dos profissionais que serão os futuros atuantes desse setor. A Frente tem protagonismo no que diz respeito ao pleito das estatísticas, visto que tem a capacidade de movimentar órgãos públicos responsáveis pelo tema e fazer com que esse assunto ganhe visibilidade. Com minha saída, fica um sentimento de que contribuí no que foi possível e espero que esse trabalho tenha continuidade para um constante aprimoramento dos corpos de bombeiros nacionais.
Sua atuação para a efetivação do curso “Introdução à Tecnologia de Chuveiros Automáticos para Controle de Incêndios”, que será disponibilizado na plataforma EAD da Senasp, também gera muitas expectativas.
O curso ainda não foi lançado. Já foi preparado e será disponibilizado no primeiro ciclo de 2018. Há muitas expectativas, as pessoas estão comentando, lançamos um piloto e o primeiro público gostou muito. Calculamos que deve haver uma grande procura, não apenas pelos bombeiros, mas por todos os agentes que militam na área de segurança pública no Brasil – tais como guardas municipais, agentes penitenciários, polícias e outros.
Vale ressaltar que, pela primeira vez, a Senasp faz uma parceria com uma instituição não-governamental – o Instituto Sprinkler Brasil (ISB). Foi feito um acordo de cooperação técnica, permitindo que o ISB montasse o conteúdo do curso. Por outro lado, a Senasp recebeu o material, vai inserir na sua plataforma e disponibilizar gratuitamente a partir de 2018.