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ISB contribui com diversos debates no 2º Congresso Brasileiro de Sprinklers

Evento que aconteceu de 25 a 28 de outubro, no Rio de Janeiro, reuniu especialistas brasileiros e estrangeiros em discussões sobre aplicações da tecnologia, legislação e normatização.

Marcelo Lima do ISB no 2º Congresso Brasileiro de Sprinkler“Como podemos disseminar a tecnologia de sprinklers para quem não atua nesta área?”

A questão foi levantada pelo diretor geral do Instituto Sprinkler Brasil (ISB), Marcelo Lima, durante o primeiro painel da segunda edição do Congresso Brasileiro de Sprinklers, que foi realizado entre os dias 25 e 28 de outubro, no Rio de Janeiro.

A pergunta foi lançada como um desafio, a partir do entendimento de que é preciso combinar uma série de ações para disseminar a segurança contra incêndio por meio dos sprinklers, também conhecidos como chuveiros automáticos.

A reflexão serviu para iniciar o debate sobre a importância da modernização da legislação contra incêndio no Brasil, que reuniu o Major Rodrigo Quintino, responsável pela área técnica de Bombeiros da Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça), e o representante da National Fire Sprinkler Association (NFSA), Russ Fleming.

Fleming apresentou o modelo de Código de Incêndio dos Estados Unidos, que é aplicado em conjunto com as normas do Código de Edificação. Ele também destacou a importância dos ciclos de revisões periódicas dos códigos, que estão abertas à participação da sociedade.

Já o Major Quintino, abordou a perspectiva brasileira e apresentou os esforços da Senasp na tentativa de criação de um código básico de incêndio, respeitando o atual modelo de legislação sob responsabilidade dos Estados. “Existem muitas diferenças no País e os próprios Corpos de Bombeiros são bastante heterogêneos”, pontuou.

Ele abordou, ainda, as limitações das corporações nos processos de licenciamento de empreendimentos comerciais, que requerem autorização dos bombeiros e falou sobre a necessidade de criação de um novo formulário para coleta de dados de incêndio no País, de maneira que os registros possam ser aprimorados.

Certificação

O painel também discutiu aspectos de certificação de produtos que impactam no mercado de sprinklers com a participação do vice-presidente da Associação Brasileira de Sprinklers (ABSpk), Felipe Decourt, e do gerente geral da FM Approvals, Paris Stavrianidis.

Decourt apresentou uma lista com os benefícios da utilização de sprinklers certificados em sistemas de proteção contra incêndio e ofereceu um panorama sobre o estágio do mercado brasileiro. “Nosso papel é fazer com que o contratante esteja seguro e isso só vai acontecer se tiver produto confiável”, declarou.

O especialista norte-americano Stavriadinis, que atua na área de certificação de produtos há vários anos, falou sobre a importância da certificação dos outros componentes do sistema de proteção contra incêndio, como forma de aumentar sua confiabilidade. “A certificação dos sprinklers é muito importante, mas é preciso também termos certeza que outros componentes, como válvulas e conexões, atendem as especificações”, orientou.

Institucional

Outra contribuição do ISB para o Congresso ocorreu por meio da apresentação sobre o trabalho desenvolvido pela instituição ao longo dos últimos anos, com o objetivo de difundir a tecnologia de sprinklers e estimular o debate sobre a necessidade de modernização das leis de incêndio no País.

Um resumo das atividades empreendidas nos últimos anos foi apresentado pelo advogado Rodrigo Correia da Silva, que explicou a diferença básica entre a atuação do ISB e a da ABSpk, sendo a primeira voltada para a ampliação do debate sobre políticas públicas que envolvem os sprinklers, e a segunda atua no apoio às atividades e regulação do mercado brasileiro do setor.

Silva ofereceu, ainda, um panorama sobre o trabalho desenvolvido junto às diversas instâncias do Poder Legislativo e aos demais stakeholders do ISB, além de apresentar os primeiros resultados das iniciativas que estão ocorrendo no âmbito da Frente Parlamentar Mista de Segurança Contra Incêndio, instalada há pouco mais de um ano no Congresso Nacional.

Patrimônios

No último dia do evento, o painel que debateu a proteção do patrimônio histórico contou com a participação da conselheira do ISB e professora Doutora da Faculdade de Arquitetura da Universidade de São Paulo (FAU/USP), Rosária Ono.

Especialista em incêndio dentro de sua área de atuação, ela disse que sempre que é convidada para avaliar ou opinar sobre sistemas de proteção contra incêndio em museus ou prédios de patrimônios históricos, ela questiona: “É melhor molhar ou queimar?”, fazendo referência à eventuais críticas sobre a tecnologia de sprinklers neste tipo de edificação.

O caso do incêndio no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, ocorrido em dezembro de 2015, foi amplamente discutido pelo Coronel Cássio Roberto Armani, dos Corpos de Bombeiros de São Paulo, que trouxe detalhes sobre a operação e os projetos para reconstrução do local, que deverá abrigar um sistema de sprinklers.

Rosária lembrou que o incêndio ocorrido no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro, em 1978, fez o Brasil “ficar de castigo” por mais de 20 anos, sem acesso a obras internacionais. “A proteção a prédios de patrimônio histórico não tem regra básica. O importante é fazer análise de risco e ter soluções direcionadas para cada local”, incluiu.

Frente

O deputado federal e presidente da Frente Parlamentar Mista de Segurança Contra Incêndio, Vicentinho, participou da abertura do Congresso e destacou a importância de difusão de conhecimentos sobre tecnologias de segurança contra incêndio. Ele defendeu a criação de uma lei que sirva como Código Nacional para estabelecer parâmetros mínimos de proteção em todo o País, respeitando as legislações atuais, que são de competência de cada Estado.