O Instituto Sprinkler Brasil (ISB) esteve presente na audiência pública realizada no dia 27 de maio, pelas Comissões de Saúde e Meio Ambiente e Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. O evento foi solicitado ao deputado Valdeci Oliveira (PT/RS) pela Associação das Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM).
A audiência foi marcada pela presença de parentes das vítimas do incêndio ocorrido na boate Kiss, na cidade de Santa Maria, em janeiro de 2013. Muitos levaram cartazes e banners com fotos das vítimas e a maioria dos participantes pedia justiça para o caso.
O deputado Valdeci de Oliveira, que já foi prefeito de Santa Maria por dois mandatos, destacou que morrem cerca de 2 mil pessoas vítimas de incêndio todos os anos no Brasil. “Santa Maria foi a quarta maior tragédia causada por incêndio em locais fechados do mundo em número de vítimas: foram 242 mortos e mais de 600 feridos”, lembrou.
A presidente da ONG argentina Por La Vida, Nilda Gómez, lembrou da tragédia similar à da Kiss ocorrida na boate Cromañon, em 2004, na cidade de Buenos Aires, que deixou 194 mortos e 1500 feridos. Segundo ela, o trabalho da ONG resultou na perda do mandato do prefeito da época, a condenação e prisão de oito envolvidos diretamente na tragédia e a mobilização de vários setores da sociedade para melhorias e fiscalização das normas de segurança contra incêndio na Argentina.
O apoio do Instituto Sprinkler Brasil à AVTSM foi destacado pelo diretor jurídico da entidade, Paulo Carvalho. Segundo ele, os trabalhos de prevenção são fundamentais para evitar que tragédias como a da Kiss se repitam. Já o presidente da entidade, Sérgio da Silva, criticou a morosidade e a falta de atenção do Ministério Público e da Justiça para com o caso.
Condenação
No dia 3 de junho, a Justiça Militar do Rio Grande do Sul realizou o julgamento dois oito bombeiros réus no caso do incêndio da boate Kiss. Dois deles foram condenados e outros seis foram absolvidos, sendo que a maior pena foi um ano de reclusão e seis meses de detenção. O resultado do julgamento causou grande indignação nos sobreviventes e familiares das vítimas da tragédia.