As dificuldades de trabalho e estrutura do Corpo de Bombeiros de Salvador são notórias. Porém, a falta de equipamentos de segurança adequados, escadas, veículos e até de água, são apenas alguns dos únicos fatores que contribuem para a atual imagem dos serviços prestados pela corporação. O relevo da cidade e o crescimento populacional desordenado também são fatores predominantes para o atraso no atendimento às solicitações de urgência.
Diante do problema, deputados e vereadores baianos propuseram, respectivamente, a criação do Código de Prevenção e Combate a Incêndios e Pânico do Corpo de Bombeiros e do novo Código Municipal Anti-Incêndio, com o objetivo de ampliar e consolidar as ações de proteção o cidadão, em todas atividades do cotidiano. Apesar das propostas, até o momento não houve avanços sobre o assunto.
A falta de celeridade para debelar chamas de incêndios de grande porte na cidade reacende a discussão sobre o problema de estrutura e equipamento adequado do Corpo de Bombeiros.
De acordo com denúncias feitas pelos próprios bombeiros, o Terceiro Grupamento do Bombeiro Militar (Iguatemi), só tem uma viatura de incêndio e uma de regaste. No total, a Bahia possui 2.823 bombeiros para atender 417 municípios, e Salvador conta com 1.400 homens, dividido em turnos.
No último dia 19, o deputado Marquinho Viana (PV) encaminhou ao governador do Estado, Jaques Wagner, a proposta da criação do Código. Segundo o documento, “no momento atual, em que o crescimento demográfico do país e o aumento do poder aquisitivo da população vêm proporcionando a elevação do consumo de bens econômicos, culturais e de lazer, oportunidade em que a aglomeração de pessoas em espaços fechados ou em áreas abertas, resultam, algumas vezes, em catástrofes, o Corpo de Bombeiros é o primeiro a ser acionado”.
Já o vereador democrata Leo Prates propõe a criação do novo Código Municipal Anti-Incêndio. “O código atual é de 1979. Precisamos atualizar as leis nas exigências e padrões das normas de segurança”, disse. Ainda de acordo com o edil, que também é engenheiro elétrico, no último dia 22, uma reunião ocorreu no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia (CREA-BA) para obter contribuições para o projeto.
“Solicitamos contribuições ao Crea e fomos informados pelo próprio órgão que os bombeiros têm dificuldades de instalar equipamentos de segurança nas construções atuais”, completou. O projeto é de autoria de Leo Prates, com colaboração dos vereadores Paulo Câmara (PSDB), Tiago Correia (PTN) e Cláudio Tinoco (DEM ).
Ainda sem data definida, Leo Prates organiza encontro para apresentar o projeto na Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Em seguida, será marcada uma audiência pública na Câmara dos Vereadores para discussão do conteúdo proposto. “Quero muito debate e sugestão. Precisamos reverter esse quadro atual”, afirmou o vereador.
Fonte: Tribuna da Bahia