500 alunos da escola Januário Corrêa deverão ter aulas em associação e igreja
No final da manhã da última segunda-feira, dia 25, os professores sentiram um cheiro de fumaça e notaram que estava ocorrendo um princípio de incêndio na secretaria da Escola Estadual de Ensino Fundamental Coronel Januário Correa. Por questão de segurança, os alunos foram liberados mais cedo, deixando o prédio.
E desde então a escola está interditada, com os cerca de quinhentos estudantes, de primeira a oitava série, ficando em casa.
A diretora da escola, Juliana Martinelli Peralta da Cruz, diz que os bombeiros foram chamados e foi feita uma inspeção. “A escola está sem luz”, diz. Ainda ontem era esperada a presença de um engenheiro da Coordenadoria Regional de Obras Públicas (CROP) para fazer uma avaliação. Segundo informações, as obras de troca de fiação e outras melhorias devem iniciar no próximo mês de abril, com investimento de cerca de R$ 600 mil e previsão de conclusão em até 120 dias. Até lá não se sabe ao certo onde os alunos terão aula.
Incêndio anunciado
O problema é antigo. Já faz pelo menos doias anos que foi solicitada a troca dos fios. No mês passado a escola do bairro São João já virou notícia estadual, inclusive com destaque no programa Jornal do Almoço, da RBS TV, devido aos problemas em sua estrutura. Mesmo tendo sido a melhor classificada no índice de desenvolvimento do ensino básico de 2012, o prédio apresenta vários problemas, inclusive colocando em perigo os alunos. Alunos chegaram a ficar feridos ao caírem em uma “cratera” numa quadra de esportes e o muro desabou. E um outro princípio de incêndio já havia ocorrido em dezembro do ano passado, quando aconteceu um curto-circuito em ventiladores de teto, causando pânico e correria entre as crianças.
Os fios antigos e desencapados, aliados as infiltrações, goteiras e buracos no forro anunciavam que um novo incêndio poderia ocorrer há qualquer momento. Dezoito novos computadores ainda estão encaixotados num banheiro, pois não podem ser usados por falta de capacidade de energia. O final de 2012 foi de rodízio de turmas, pois apesar do calor intenso os ventiladores não poderiam ser ligados ao mesmo tempo. Os bombeiros interditaram três salas.
Associação e igreja
Conforme a vice-diretora Daniela Boos da Rosa, foi feito contato com vários locais visando conseguir espaços improvisados para as crianças não ficarem sem aula. Ela cita que falou com representantes da igreja católica do bairro, Brigada Militar e de uma empresa particular. A única resposta positiva foi da Associação Comunitária do bairro São João, onde poderão estudar cerca de 50 alunos das turmas de mais novos. Para ontem de noite estava prevista uma reunião com representantes da Igreja Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Mormons), na rua Buarque de Macedo, que acenaram positivamente com a possibilidade de também ceder espaços. Mas conforme a orientadora educacional Eva Reis ainda será necessário outro local. “Já existe um prejuízo. Os alunos estarão fora do ambiente escolar, em locais provisórios. Isso desorganiza também as famílias, pois as crianças por enquanto estão em casa e depois as aulas terão que ser recuperadas”, lamenta Eva. Mesmo assim, a direção e professores, com o apoio dos alunos e pais, espera manter o bom padrão de qualidade do Januário Correa.
O Januário não é a única escola estadual interditada em Montenegro. O Alvaro de Moraes, do bairro Ferroviário, está em obras e os cerca de 470 alunos estão estudando provisoriamente na Estação da Cultura e no galpão do CTG Os Lanceiros. E na Escola Estadual Técnica São João Batista três salas também estão interditadas.
A coordenadora regional de educação, Rosana Rodrigues Santos, que esteve em Montenegro na semana passada, prometeu que todas as escolas estaduais serão reformadas através do Plano de Necessidade de Obras (PNO).
Fonte: Fato Novo